domingo, 29 de junho de 2014

BRASIL PÓS 1964. O que mudou no Brasil desde Março de 1964 para cá?

O objetivo do movimento comunista é fazer a mudança da natureza do homem, tirando-lhe a iniciativa e a ambição (motores da evolução da humanidade), transformando-o em um ser amorfo, acomodado e submisso - a sociedade sem classes. O que é uma balela, porque, no final das contas, a sociedade comunista não as elimina, mas as resume a duas: o partido e o proletariado.
Para isto empenham-se para promover o rompimento com os valores judaico-cristãos que orientam, organizam e disciplinam a nossa sociedade – família, respeito à tradição, temor a Deus, respeito ao mestre, aos mais velhos e ás instituições, valorização do mérito.
Essa desconstrução de princípios é fundamental para nivelar os homens por baixo, daí a quantidade de invejosos, iludidos, ingênuos, desajustados, incapazes, incompetentes e espíritos de porco que assumem as bandeiras e se identificam (ou pensam que se identificam) com o ideário comunista.
Em 64 vivíamos o ápice da sua segunda tentativa de tomada do poder e, consequentemente, da desconstrução dos valores culturais conservadores (morais, éticos e religiosos), chegando ao cúmulo da ousadia de subverter a disciplina militar para, logicamente, enfraquecer estas instituições e sua possível reação ao golpe.
O “basta”, representado pelas Marchas da Família com Deus pela Liberdade, foi a centelha para a reação e para a recuperação dos valores que estruturalmente suportam a sociedade brasileira. Ou seja, o movimento cívico militar reafirmou e recuperou estes valores, não permitindo que outros os substituíssem.
Na área econômica, basta dizer que o Brasil, em 64, era quase a 50ª economia do planeta, com uma inflação de 80% ao mês, sem indústrias e sem estruturas para evoluir e, ao final do período militar, após as duas crises do petróleo que mudaram a configuração econômica do mundo, o Brasil ocupava a 8ª posição neste ranking.
A atuação na área política foi o ponto fraco do regime militar, pois desprezou suas práticas ao invés de corrigi-las e não soube formar novas lideranças, capazes de dar continuidade ao trabalho dos técnicos, especialistas e militares que alicerçaram as bases para a evolução e deram o novo rumo ao Brasil. Hoje estamos nas mãos de uma classe política de politiqueiros, despreparados, mal-intencionados ou comprometidos com a ideologia da escravidão e da mediocridade!
Após o fim do Regime Militar houve no Brasil uma intensa preocupação em proteger o cidadão comum de uma possível ação “opressora” do poder do Estado. Foram criados instrumentos legais que restringem, condicionam e tolhem a agilidade da atividade de segurança pública e do processo judicial.
Neste cenário, houve incremento do crime organizado. Os novos instrumentos, ao dificultarem o exercício do poder coercitivo pelo Estado, facultaram aos criminosos maior liberdade de ação, banalizando o crime e difundindo no País um destrutivo clima de impunidade. Os legisladores, tentando proteger o cidadão “de bem” de uma possível ação repressora ou ditatorial, acabaram por proteger os criminosos.
Na mesma linha de oportunismo encontram-se movimentos de pressão social, como o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra), o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e outros, que, apropriados por lideranças radicais e ideologicamente revolucionárias e escudados na legitimidade das questões sociais que representam, praticam a desobediência civil de forma crescente e planejada, podendo, a qualquer momento, ultrapassar a capacidade do poder de polícia dos governos estaduais, passando a ameaçar o próprio poder central da União.
Integrantes do MST já assumem publicamente a possibilidade de optar pela luta armada!
Hoje, em função desta permissividade, estamos outra vez no limiar do rompimento das estruturas conservadoras que, respeitando e valorizando as diferenças individuais, sempre foram as molas mestras da evolução da humanidade, não apenas do Brasil.
O rompimento com estas estruturas é o responsável último pelo caos que se aproxima, pois, “o socialismo dura enquanto durar o dinheiro dos outros”!
A situação atual do Brasil e a de todos os demais signatários do Foro de São Paulo demonstra que, neste rumo, irão todos acabar como Cuba, exportando mão de obra escrava, pois não lhes restará outra riqueza.
 

Por General de Brigada do Exército Paulo Chagas

quinta-feira, 26 de junho de 2014

REIKI: BANALIZANDO A CIÊNCIA, ATEISANDO A CRENÇA, PROSTITUINDO A SAÚDE.

É preciso deixar claro o foco a respeito do Reiki, que, recentemente foi destacado pela mídia como um tipo de "terapia" contra doenças fica aqui, restrito à questão científica/religiosa. Diante da era do desconstrutivismo moral e filosófico e diante do foco ateístico que estão incutindo na sociedade. Em princípio, parece que há uma "mistura" das coisas. O que tem a ver Reiki com ateísmo, com desconstrutivismo? Tem sim, tudo a ver. O desconstrutivismo é embasado em promover a inversão dos valores morais da sociedade, e isto inclui religião e seu inverso, a ciência, pluralismo, diversidade e seu inverso, o conservadorismo. Tudo isto é obra do marxismo. Ao mesmo tempo que a ciência foi fortificada a partir do Iluminismo, com a descredibilização da crença, hoje, a ciência está incluindo a crença (não em Deus) mística, embasada em elementos sobrenaturais como ciência. Isto é o mesmo que se cortar com a mesma lâmina construída para cortar o outro. Desde 2003 o Reiki vem sendo estudado em duas universidades públicas de grande porte, USP e Unifesp. O projeto foi empreendido por um pesquisador chamado Ricardo Monezi, que, desde então, produziu duas teses sobre o tema, focado na cura de doenças pela imposição de mãos. Parece que o grupo de pesquisa tenta dar crédito à prática mística, imaterial, invisível e imensurável como ciência. Lembremos a principal razão da ciência ser ciência: 

"a ciência utiliza-se de um método científico, elemento fundamental do processo do conhecimento realizado. Trata-se de um conjunto de procedimentos lógicos e de técnicas operacionais que permitem o acesso às relações causais constantes entre os fenômenos. Também, como parte do método, faz parte a observação dos fatos Porém, os fatos não se explicam por si sós. Fatos brutos não existem, propriamente falando, não dizem nada quando já os observamos Não basta apenas, ver, mas sim, é necessário que o olhar seja aprofundado para a questão da causa dos fenômenos observados e qual a relação causal constante entre eles. Isto é uma regra do método científico. Uma vez não adentrado neste átrio do conhecimento, a "ciência" torna-se apenas uma prática de cozinha. 

Trata-se de uma imoralidade científica, uma vez que o Reiki seja a prática espiritual, portanto, de cunho religioso e, pior, constitui-se em uma seita religiosa. Uma das melhores e mais simplórias definições da aberrante prática está no wikipedia: 

"Reiki (霊気 rki) é uma prática espiritual enquadrada no vitalismo, criada em 1922 pelo monge budista japonês Mikao Usui. Tem por base a crença na existência da energia vital universal "Ki" (a versão japonesa do conceito chinês "Qi" (ou "Chi"), manipulável através da imposição de mãos. Através desta técnica, os praticantes acreditam ser possível canalizar a energia universal (i.e., reiki) em forma de Ki (japonês: ki) a fim de restabelecer um suposto equilíbrio natural, não só espiritual, mas também emocional e físico."

Sobre seu fundador, Mikao Usui. Nasceu em 15 agosto 1965 no Japão. Foi educado em escola budista e  também estudou Kikô, um sistema para "canalizar" (leio banalizar) o poder de cura, do universo. Também, Usui esteve envolvido na adivinhação, e era membro de um grupo metafísico dedicado ao desenvolvimento de habilidades psíquicas. Como espiritualista sensitivo ele passou a maior parte de seu tempo meditando sobre budismo, espiritualismo, trans-canalização e adivinhação. O ocultismo, então, é, sem dúvida, a base do Reiki! A filosofia do Reiki reza que seu método é semelhante ao poder de cura dos profetas, e de Jesus! (quanta inocência; quanta ignorância, não?). A informação sobre este tema pode ser encontrada no Centro Internacional de Formação Reiki. A declaração de um mestre de Reiki: 
 "eu sou um curandeiro espiritualista, um mestre de Reiki e para a minha mente racional Reiki e cura espiritual soam praticamente idênticas em todos os sentidos da palavra."
Pois bem, em outras palavras, já contextualizados para os conhecimentos bíblicos, pode-se afirmar que os mestres de Reiki e curandeiros espíritas são sempre guiados por demônios (espíritos) dos "mortos", algo totalmente proibido por Deus (conferir em Deuteronómio 18:10), na Bíblia. Num outro artigo recente no Reiki Notícias, um defensor do Reiki, William Lee Rand disse: 
"_ Eu era capaz de o dirigir com a minha mente ou com a minha vontade e percebi que não era necessário porque o Reiki tinha a sua própria forma de orientação que era superior à minha." 
Esta é uma admissão inconteste de que ele estava controlado por uma entidade desconhecida! Mais uma vez, Diane Stein escreveu no "Reiki Essencial", página 107: 
"_ Para mim os guias Reiki fazem-se sentir  enquanto as iniciações estão a ser feitas. Eles ficam atrás de mim e dirigem todo o processo, e suponho que eles também fazem isso com cada mestre de Reiki. Quando eu passo pelas iniciações eu sinto fortemente a presença deles, e constantemente eu posso vê-los." 

Esta é uma admissão de que eles estão no espiritismo, ponto final!  

É bom ressaltar que a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a prática médica NÃO RECONHECEM o reiki como parte de uma terapêutica favorável à saúde. Razão simples para esta conduta: NÃO HÁ PROVAS CIENTÍFICAS, uma vez que a própria definição do reiki é embasada em CRENÇA (anticristã) de SUPOSTO EQUILÍBRIO. Portanto, nos dois trabalhos do Dr. Monezi, embora se tenha descrito "fatos" (brutos) ninguém no universo sabe explicar o que é a tal ENERGIA VITAL UNIVERSAL. É preciso que seja medida, quantificada, enfim, COMPROVADA. Outra coisa: ainda que, supostamente, esta tal energia fosse comprovada, como, então, comprovar que realmente há a tal CANALIZAÇÃO pela imposição das mãos? Ainda, supostamente que isto seja comprovado, como então comprovar que HAJA O RESTABELECIMENTO DO EQUILÍBRIO ESPIRITUAL, EMOCIONAL E FÍSICO? Uma árdua tarefa, que, semelhantemente à teoria evolucionista de Darwin, até o tempo do fim, tentarão comprová-la, porém, penso, sem êxito algum, uma vez que foge da capacidade de ciência, comprovar o sobrenatural, É a ateisação da crença em Deus para a crença nas "forças de equilíbrio vital", uma bobagem imbecilizada e uma ingenuidade patológica da ciência burra.Outro relato encontrado no wikipedia:
A American Cancer Society fez notar que a investigação que envolve o reiki foi mal conduzida, tendo declarado que "as evidências científicas disponíveis atualmente não sustentam as alegações que o reiki possa eventualmente ajudar na cura de cancro ou qualquer outra doença. O National Center for Complementary and Alternative Medicine fez eco desta posição, sublinhando que a existência de campos de energia em terapias de biocampos, como o reiki, "não foram provadas cientificamente. No entanto, os ensaios clínicos não documentaram nenhum efeito secundário significativo no uso de reiki. William T. Jarvis, do The National Council Against Health Fraud, indica que "não há qualquer evidência que os efeitos clínicos do reiki se devam a qualquer outro factor para além da sugestão" ou do efeito placebo.
Assim, faço aqui, um alerta a todos, quanto ao fato de se apoiarem em  um método estritamente religioso, sem uma fundamentação lógica, e, também, sem o principal fundamento, o científico. Portanto, se tanto se fala sobre "cura", desafio o Dr. Monezi  a duas coisas: 1) comprovar o que já foi descrito, cientificamente, além dos fatos; 2) curar todos os pacientes de câncer dos grandes centros (INCA, Barretos, AC. Camargo), Graac, enfim... Fica  dito!

By Dr. Dermeval Reis Junior
Pesquisador e Professor em Ciências Médicas e da Saúde
Estudioso em Teologia & Filosofia
contato: drjfcrepm@yahoo.com.br



sábado, 15 de fevereiro de 2014

PÓS-MODERNISMO: LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE...PARA QUEM CONCORDAR - O REDUCIONISMO EM VOGA

REDUCIONISMO teórico é a ideia de que explicações ou teorias antigas não são geralmente substituídas por novas, e sim as novas teorias são refinamentos ou reduções mais detalhadas das antigas. Nesta era pós-moderna onde estão ocorrendo inversões de valores abruptamente em quase todas as esferas da sociedade, tem se pregado muito a plena liberdade, igualdade e fraternidade, que, em suma poderia ser resumida no pluralismo, na diversidade mas com valores iguais a tudo, em tudo. É como considerar que o valor de R$10 passe a ter o mesmo valor de R$100. Ora, isto é algo totalmente incabível. Mas, nos nichos sociais, esta equiparação de valores está sendo implementada. Grupos minoritários estão passando a ter o mesmo valor moral daqueles grupos base majoritários. Ora, se já são minoritários, "per se" o são,  e pronto!!! Porém, há uma força política que tem movido, alimentando de alguma forma, os 3 poderes da União. Se existe a corrupção material, supondo que sim, não seria o suficiente para validar a corrupção moral. Neste pós-modernismo, a "liberdade, igualdade e fraternidade" só existe para quem está acordado com a vigência estabelecida politica e legalmente. Ademais, os discordantes passam por um processo de descredibilização por meio do "REDUCIONISMO". Mantêm novas teorias, alegando modernização, sem tirar o vínculo enraizado na antiga, porém, com um ar de obsolescência, mas, de verdade, não se faz obsoleta por completa, a ideia. A visão naturalista tomou conta da sociedade, contaminou-a e vem corroendo-a, desenfreadamente, como um câncer. Fácil de entender, quando os naturalistas (quase o mundo inteiro) decidem lançar o conceito de que nós, seres humanos, os mais perfeitos e complexos, somos apenas animais. Sim, é isto mesmo! Somos reduzidos apenas a animais. Dentro das teorizações, o reducionismo é aplicado em tudo. Quando se contradiz um conceito que é estranho aos que já possuem vínculos históricos ou culturais, passam-se a reduzir moralmente, na tentativa de eliminar e desarmar o interlocutor. São estratégias de marketing, empreendedorismo. Esta sociedade, comunista/socialista, que tem por conceito que ser direitista é ser fascista tem absoluta falta de bom senso. Como se fôssemos um protoplasma à espera de nos tornarmos adubo. Não por acaso, em 1893, que palestrando em uma conferência, Thomas Huxley afirmou que a teoria da evolução é incompatível com a ética. Ou seja, na visão naturalista (em voga no momento) é preciso burlar os princípios éticos para que se mantenha (ditatorialmente) aquilo que se pretende. Na prática, atualmente, Nietzsche é considerado um dos maiores filósofos, ainda nesta nossa era pós-moderna. A razão? Ser um naturalista, hostil à moralidade. Assim, em sua prática desconstrutivista, Nietzsche reduz o homem à fraqueza, quando este é dado ao cristianismo. Não esqueçamos: Darwin (autor da teoria da evolução) foi Teólogo; Nietzsche (filósofo) foi Teólogo. Nietzsche, morreu ateu, pior, morreu louco em um leito. E hoje a sociedade ADORA endeusa Nietzsche. Quão podre não??? Quão pequena, não??? Quão imoral, não??? Não é surpreendente, embora não tão falado, que a filosofia de Nietzsche  foi, juntamente com a de Darwin e Galton (eugenia), o fundamento do nazismo alemão, enquanto que Karl Marx, Trotsky foram os fundamentos do totalitarismo sanguinário da União Soviética. Uma nação cuja os direitos humanos querem transformar grupos de vândalos, vagabundos, maconheiros, craqueiros, algozes anarquistas, ladrões em "movimento social", alegando que estes estão "excluídos"... Ora, façam me o favor!!! Se auto excluem por que não querem educação. Querem farra! Já estamos no governo, ou, nos governos da farra. Assim, o reflexo da sociedade burra, incauta e que vive de "recompensas" de animais domesticados, é o mesmo que tem quem os governa. Admirável Mundo Novo. Amam ser escravos e, ainda que as correntes sejam destrancadas, continuariam servos da desordem, da amoralidade e da corrupção. Eu modificaria o título de Huxley, para "Indesejável Mundo Cão". Querer ter liberdade, igualdade e fraternidade, é querer ser reduzido a meros capachos, cães que, apenas comem dos restos que caem da mesa do seu dono. Viva a anarquia. Marx estava certo. Os menos capazes agora estão provocando a revolta social. Eis o reducionismo dos comunistas. Eis aquilo que a visão naturalista iluminista materialista positivista capitalista marxista socialista e comunista queria.  Não quer ser reduzido, concorde, apoie e, perca sua moral, sua ética, sua vergonha, seu caráter.

By Dermeval Reis Junior - Pesquisador e Professor em ciências médicas e da saúde; Estudioso em Teologia & Filosofia.
Contato: drj.fcr.epm@hotmail.com

domingo, 30 de junho de 2013

PROFISSIONAIS DE SAÚDE CONSEGUEM APOIO DO CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE CONTRA O ATO MÉDICO



CNS debate Ato Médico com profissionais da saúde


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        No dia 18 de junho o Senado Federal aprovou o projeto lei 268/2000, conhecido como Ato Médico, que regulamenta a atividade médica.

        Em 2009, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) aprovou e divulgou uma recomendação sobre o projeto.

        Na Recomendação número 031 de novembro de 2009, o Plenário do CNS recomenda ao Senado Federal que levasse em consideração “as garantias constitucionais relativas aos direito dos usuários do Sistema Único de Saúde ao atendimento integral e preserve a autonomia dos profissionais de saúde, em favor da continuidade da prática de assistência integral, do acesso universal às ações de promoção, proteção e recuperação da saúde efetivadas a partir das políticas e dos programas do SUS”.

        A Comissão Intersetorial de Recurso Humanos do CNS (CIRH) realizou, dia 27, um encontro com diversas entidades representativas de profissionais da área da saúde para debater o Projeto de Lei 268/2000. Entre as entidades presentes estavam representantes de profissionais de enfermagem, terapeutas, técnicos em radiologia, fonoaudiólogos, médicos veterinários, psicólogos, nutricionistas, serviços sociais e outros.

        As entidades se colocaram contra o PL e a maior crítica foi aos artigos 4 e 5 que enumera atividades privativas de médicos. Segundo os representantes dos profissionais da saúde, os artigos limitam a atuação dos profissionais da saúde não médicos. Para eles, o PL vai de encontro à ideia de equipes multiprofissionais e das práticas integrativas, modelo preconizado pelo SUS.

        No dia 19 de junho, um dia depois do PL ter sido aprovado pelo Senado Federal, a CIRH elaborou uma nota pública solicitando a intervenção da Presidente Dilma Roussef de, “na sanção da Lei de Regulamentação do Exercício Profissional Médico, que sejam vetados os dispositivos que comprometam a efetividade do SUS”. Para virar lei, o Ato Médico precisa ser sancionado pela Presidente da República.

        Entre os encaminhamentos da reunião com as entidades, dia 27, estão a realização de uma nova reunião para a próxima semana e a criação de um grupo formado por representantes de profissionais da saúde que irá elaborar um documento com as legislações de cada profissão e com as propostas de alteração do PL.

Leia abaixo a nota da CIRH

NOTA DA COMISSÃO INTERSETORIAL DE RECURSOS HUMANOS DO CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE

        Os membros da CIRH, que vem acompanhando o debate por longos anos, foram surpreendidos com a notícia na grande mídia, da aprovação do PL 268/2000, na noite do dia 18 de junho de 2013 e consideram que tal atitude desrespeitou o conjunto das organizações de representação dos trabalhadores e de gestão do trabalho em saúde e exigira movimento junto a sanção do projeto pela Presidenta da Republica.     
         
        Assim, a Comissão reunida em 19 de junho de 2013, reconhece que os médicos são profissionais essenciais nos serviços de saúde, o que questiona-se são  visões diferentes de como o cuidado à saúde da população organizar-se-á, em função de um modelo assistencial exclusivamente médico-centrado.

        Faz-se necessário um enfrentamento daqueles dispositivos constantes na denominada Lei do Ato Médico (PL 268/2000), aspectos que valorizam a hierarquia de serviços com maior importância para algumas atividades em detrimento de outras.

        Para o acontecimento do SUS no cotidiano da vida do cidadão, defende-se o trabalho centrado na equipe multiprofissional de saúde, com capacidade para atuar na rede poliárquica de cuidado à saúde em oposição ao nível de atenção hierarquizada.

        A gestão dos serviços privativa de médicos é um retrocesso na qualificação do trabalho nas instituições e serviços de saúde; além de contraditória com o determinado pelo parágrafo único, ao definir que a  direção administrativa de serviços de saúde e as funções de direção, chefia e supervisão que  não exijam formação médica não constituem funções privativas de médico.

        Quanto aos diagnósticos, é preciso superar a concepção de  doenças como diagnósticos médicos, numa dimensão corporativa para enfrentar a problemática de saúde  e doença da população. A compreensão de que a doença é uma produção social remete o tratamento para além da doença, do doente; é preciso incluir  a família, os determinantes sociais da saúde, a coletividade, entre outros. Portanto, exigem muitas leituras e muitos profissionais atuando em conjunto e os diagnósticos orientam intervenções profissionais interdisciplinares, numa perspectiva mais abrangente, como resultado do raciocínio clínico construído pelo profissional desde o processo de formação e qualificado continuamente no exercício profissional e na educação permanente.

        A Comissão Intersetorial de Recursos Humanos do Conselho Nacional de Saúde entende que o trabalho em equipes multiprofissionais horizontadas ao invés de verticalizadas, oferecendo cuidados em saúde numa rede poliárquica e não hierarquizada por níveis escalonado de importância, orientado por um modelo assistencial medico-centrado que fere os princípios do SUS, de acesso a serviços de saúde com equidade e integralidade da atenção.

        Na sequencia, essa Comissão solicita a intervenção da Presidenta Dilma Roussef de na sanção da Lei de Regulamentação do Exercício Profissional Médico, que sejam vetados aqueles dispositivos que comprometem a efetividade do SUS.
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Equipe de Comunicação do CNS
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sábado, 22 de junho de 2013

PELO ATO ÉTICO, NÃO AO ATO MÉDICO! A SAÚDE É MULTIDISCIPLINAR E NÃO CORPORATIVISTA!

Todas as profissões da área da saúde não médicas são regulamentadas por leis. Todos os profissionais não médicos possuem capacitação para o exercício da profissão, sem depender de supervisão e/ou tutela médica. Participou do movimento CONTRA O ATO MÉDICO em São Paulo (foto abaixo), o Biomédico, Dr. Dermeval Reis Junior, que é formado com habilitação e pós-graduação em Patologia Clínica pela Universidade Federal de São Paulo, pós-graduação em Fisiologia Humana pela Faculdade de Medicina do ABC e com Mestrado em Medicina com ênfase em Fisiopatologia em Cardiologia pela Universidade Federal de São Paulo-Escola Paulista de Medicina. O Dr. Dermeval também, no curso de Mestrado, realiza pesquisas médicas e foi docente de acadêmicos em Medicina pela Universidade Nove de Julho ministrando as disciplinas de Bioquímica e Farmacologia. Na pós-graduação da Unifesp, já ministrou aula de Fisiopatologia Cardíaca na Insuficiência Cardíaca em cursos de pós graduação para médicos experientes, pós graduandos e para profissionais de outras áreas da saúde. O Dr. Dermeval concedeu uma entrevista ao blog Neintel, onde também é editor e autor de artigos diversos.

Entrevista.

NEINTEL: Dr. Dermeval, o que o levou à manifestação nas ruas?
DERMEVAL: Bom, eu sempre fui favorável à manifestações, desde que, pacíficas. O que me levou às ruas, foi a emoção de ser um participante ativo, à partir de uma manifestação contra a corrupção e pelo julgamento do mensalão, em 2011, em São Paulo. A partir disto, me vi e me senti como um brasileiro que sofre com os reflexos das políticas equívocas e com os efeitos da corrupção. Acho muito cômodo, ficar sentado atrás do computador. É como o sujeito oculto de uma oração: ele existe, mas não se pode vê-lo. Agora, com a aprovação do projeto de lei que regulamenta o ato médico, me senti obrigado a lutar pela minha classe e pela saúde do Brasil.

NEINTEL: O que é o ato médico, exatamente?
DERMEVAL: O ato médico é um projeto de lei que visa retirar de todos os profissionais não médicos da área da saúde o direito autonômico de exercício da profissão. Não poderemos mais laudar exames, emitir pareceres, chefiar departamentos, avaliar pacientes - claro dentro do que cabe a cada profissional. Estaremos sujeitos à tutela médica em tudo quanto podemos hoje, realizar, de maneira livre, ética e profissional. Os médicos alegam no projeto do ato médico que nós, não médicos, estamos exercendo a medicina e é exercício ilegal da profissão, o que é um absurdo, pois todas as atividades de cada profissional, e não são poucas, são regulamentadas por leis e resoluções legais, nos devidos conselhos de classe de cada categoria profissional.

NEINTEL: O que o senhor pensa disto?
DERMEVAL: Penso que estamos literalmente diante de um ato ditador do corporativismo médico. Já têm a fama de corporativistas. A saúde, de maneira geral está comprometida e a interdisciplinaridade, também. Estamos diante de um caos entre os profissionais da saúde e sua relação interdisciplinar com os médicos, já que, de maneira forçada, a classe médica está invadindo o direito profissional de cada categoria não médica. Lembrando um fato ocorrido há uns 10 anos, mais ou menos, sei que nos primeiros dias de aula de um acadêmico em medicina, há sempre um professor médico mais exaltado que prega a ideia de que os médicos são deuses, são soberanos e são eles quem decidem tudo, inclusive sobre a vida dos pacientes (vale lembrar que foi algo que ouvi há anos de um aluno de medicina, na época em que ocorreu e que hoje, já deve ser um médico formado e em pleno exercício da profissão). Um dia, em minha cidade natal, eu era ainda um acadêmico de Biomedicina, mais ou menos, lá pelo ano de 1998. Escrevia para um jornal da cidade, na coluna de saúde. Na época eu trabalhava como um empresário no ramo de drogarias e conversando com um médico da cidade, sobre profissões, ele me respondeu o seguinte: "se você não for médico, você não é nada". Fiquei perplexo com isto! Pensei comigo, onde ele está com a cabeça? Aquilo ficou me martelando dias e, me senti um nada, diante de palavras tão agressivas, embora não parecessem, dado a maneira com que ele falou. Mas, um belo dia, segui adiante com minha profissão e, conversando com alguns biomédicos e acadêmicos, cheguei à uma conclusão: Vou ser biomédico e serei professor de médicos! E assim aconteceu! Acho que tenho esta realização plena em minha vida e que ninguém tira do meu currículo profissional e intelectual, se é que temos algo nesse sentido (risos).

NEINTEL: Como o senhor vê a situação dos profissionais diante desta aprovação, aguardando a sanção presidencial?
DERMEVAL: Infelizmente, não há o que ver adiante, com base nos fatos que temos. Hoje, temos muito mais a crença de que isto pode ser revertido, e por isto, há as manifestações. Caso a presidente não vete o ato médico, nossa última via de recurso será o STF, que ainda nos dará um certo prazo para manifestações e estabelecimento de conhecimentos mais profundos dos casos de cada categoria profissional. Soma-se a isto, a tal da pec 33 que tira poderes do Supremo e isto é uma outra agonia que, não só a saúde, mas todos os brasileiros sofrem. Também, temos a nosso favor a lei que regulamenta cada categoria profissional e, sendo lei, temos o respaldo jurídico. Recentemente, o STJ da região do nordeste, salvo engano, emitiu parecer sobre o reconhecimento da autonomia dos Biomédicos em realizar exames citopatológicos. Isto torna-se um precedente aberto para futuras ações, como instrumento jurídico em favor das categorias não médicas. Já é um passo dado, mas penso também que não podemos confiar plenamente na cabeça dos juízes, pois como diz o velho ditado: "em cada cabeça uma sentença", assim, sabe-se lá o que passará na cabeça dos Ministros do STF, por exemplo, ao julgarem alguma causa neste sentido.

NEINTEL: Qual sua opinião sobre todas os movimentos de massa de protesto que estão ocorrendo no Brasil atualmente?
DERMEVAL: Talvez pareça óbvio e pernóstico, mas muito original: o gigante acordou. Embora a maioria esmagadora dos protestantes sejam universitários, profissionais, estudantes de classe média e média-alta, e exatamente por isto, pelo conhecimento e pelo desenvolvimento intelectual destes, as escamas da visão foram caindo, a tal ponto que saturou, esgotou a tolerância do povo frente ao que estão fazendo no e com o Brasil. Digo no, pela ênfase dada à Copa do mundo no Brasil, com os investimentos bilionários e vendo que estamos sem hospitais, sem educação, sem escolas, sem professores devidamente remunerados e sem uma política anti-inflacionária decente, sendo que somos o único país no mundo que tem altas taxas de juros para, entre aspas, "combater a inflação". O momento é crítico, delicado e o povo está demonstrando sua indignação. Não há mais o que e como tolerar a corrupção dos políticos e ver a estagnação da presidente frente a tudo isto, com inauguração de estádios e discursos alfinetantes nos opositores. Penso que não estamos dentro de uma democracia, na forma como o governo atua sobre nós. Um país livre e democrático, jamais poderia ser obrigado a votar e, a meu ver, isto não é democracia, mas ditocracia. Outra coisa: dentro do conceito de democracia, há um enunciado muito importante e que poucos dentro das sociedades menos favorecidas conhecem, que é a participação do povo junto às decisões do governo e dos demais políticos. Hoje, a classe média e média alta têm atentado para isto e têm exercido este direito e tem mexido, abalado as estruturas do governo e de todos os políticos. Isto é muito bom e demonstra o poder do povo, afinal a constituição reza em seu artigo primeiro que o poder emana do povo e isto está sendo posto em prática.


A seguir, uma matéria do blog da revista Exame, sobre as manifestações contra o ato médico. 


http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/profissionais-de-saude-pedem-que-dilma-vete-ato-medico?page=2

Profissionais de saúde pedem que Dilma vete Ato Médico

Atos contra o projeto que define as atividades exclusivas dos médicos e as que podem ser executadas por outros profissionais de saúde vêm sendo convocados

Alex Rodrigues, da 
Segundo o diretor do Sindicato dos Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais no Rio de Janeiro, Nilton Rocha, ao menos 110 profissionais e estudantes atenderam à convocatória da entidade – uma das que organizaram atos contra o projeto – antes de se juntarem aos milhares de manifestantes que tomaram as ruas da capital fluminense na noite passada.
“Nossa expectativa é somar forças com os outros 13 sindicatos de área de saúde, mobilizar a categoria e atrair mais colegas para os próximos atos”, disse Rocha à Agência Brasil, confirmando que diversas categorias estão se somando aos protestos populares. “Há um descontentamento geral que permitiu que vários movimentos, com bandeiras distintas, se reunissem agora. Cada um reivindicando suas propostas, mas lutando por algo maior”, explicou o sindicalista.
Uma das profissionais que aderiram ao movimento foi a fisioterapeuta carioca Rafaela Woodtli. Em sua página em uma rede social, ela afirma que “o movimento contra o Ato Médico está inserido dentro do grande movimento por melhores condições de vida, de educação, de saúde, de segurança. Afinal, estamos lutando pela saúde”, diz Rafaela.
Em Blumenau, Santa Catarina, a manifestação será segunda-feira (24), às 20h. Os participantes se concentrarão na Avenida Udo Deeke, em frente ao Terminal do Aterro. Na internet, os responsáveis pela convocatória prometem bloquear as duas vias da avenida por pelo menos mínimo 30 minutos.

 MANIFESTAÇÃO EM 21-06-2013, em São Paulo. Praça Roosevelt, até a final da Avenida Paulista. 100% pacífica. Na foto, o Biomédico, Professor Doutor Dermeval Reis Junior, presente na manifestação.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Calados Pela Diversidade



Por Fabio Blanco
Advogado e Teólogo

A diversidade é uma santa imaculada, louvada, venerada por todos os adeptos da "igreja do pensamento que não desagrada ninguém". Segundo a doutrina dessa comunidade amorfa, inócua e desinteressante, toda manifestação cultural deve ser valorizada, nenhuma cultura pode ser considerada superior e, principalmente, toda cultura deve ser respeitada, ainda que sua prática seja absurda ao observador. Segundo esse pensamento, assuntos como os de algumas comunidades indígenas, por exemplo, que enterram crianças vivas, simplesmente porque não nascem fisicamente perfeitas, ficam, segundo a ideologia da diversidade, automaticamente isentos de crítica. Não importa que tais práticas sejam uma afronta ao bom senso e a uma mínima noção de humanidade; não cabe falar nada contra elas. Além do sufoco infantil, o sufoco da opinião. O respeito à diversidade é alçado, então, ao estatuto de lei universal, inviolável. Como diante de uma regra imutável, enxergar o diverso como algo tolerável deixa de ser uma questão de opção e valores e passa a ser mandamento. Ter o diferente como mal, inferior, prejudicial não apenas é visto como um ato de intolerância, mas começa a tornar-se um crime contra a humanidade. Se não gosta, cale-se e veja o diverso divertir-se às custas de seu silêncio forçado. A diversidade assume então o status de valor em si. Falar algo depreciativo do outro torna-se blasfêmia sujeita à reprovação e excomunhão praticada pelos asseclas vociferantes dessa entidade, dessa deusa, que tem recebido cada vez mais louvores e oferendas. Criticar o diferente é pecado, e mortal. Mas quem são os diferentes protegidos? Na verdade, são aqueles escolhidos segundo o interesse da ideologia. A matança infantil indígena é diferente, a feitiçaria africana é diferente, a poligamia e pedofilia islâmicas também são diferentes e, por isso, falar algo contra essas chamadas "manifestações culturais" é crime. Mas veja que, quando a diversidade, por si mesma, passa a ser inviolável, não apenas a cultura estrangeira é cercada com muros inexpugnáveis, mas as próprias manifestações internas, em sua infinita diversidade, ainda que se choquem com os padrões construídos dentro da própria cultura. Assim, qualquer atitude humana, mesmo que seja uma afronta ao bom senso, às tradições e à própria percepção de natureza de um povo, fica colocada fora do campo da crítica, permanecendo guardada das palavras contrárias. O que é isso senão a imposição de uma mordaça absoluta? E o que é isso senão o próprio fim da civilização como a conhecemos? E o que é isso senão o fim da religião mesma? Ora, toda a construção civilizacional e religiosa fora erguida sobre a crítica, a dialética e a dissonância. Sem isso, nada se teria feito. Se desde sempre os homens não pudessem expor suas visões discordantes, viveríamos ainda nas cavernas. Nem Marx sobreviveria, nem Napoleão permaneceria. Principalmente eles fincaram seus pés sobre a rejeição do passado, sobre à crítica às tradições. Podemos concluir, portanto, que se os pais revolucionários vivessem hoje, não seriam o que foram, pois seriam sufocados pelo politicamente correto e pela proibição à crítica.
Mas as coisas não são tão simples assim. Em primeiro lugar, essa onda politicamente correta tem raízes muito mais profundas que alcançam exatamente aqueles revolucionários citados. Se hoje há uma ditadura contra a opinião, isso nada mais é do que o fruto do totalitarismo plantado também por eles. Em segundo lugar, mesmo Napoleão e Marx teriam voz nos dias de hoje. Sabe por quê? Porque as coisas que eles criticaram são os únicos objetos de crítica permitidos: o cristianismo, o capitalismo, a tradição e a moral. Se tudo está protegido pela couraça do politicamente correto, estas manifestações citadas e seus correlatos: o homem branco, a heterossexualidade, a família e os valores espirituais se encontram fora dessa rede de proteção. Nada pode ser mal, exceto estas formas de cultura. Um índio pode matar uma criança, mas um cristão não pode dizer que o homossexualismo é um erro. Um africano pode fazer feitiços contra qualquer um, mas um crente não pode orar pedindo bênçãos para Deus. Um homossexual pode invadir um culto de uma igreja evangélica, lugar privado, e afrontar as crenças dela se agarrando diante de todos, mas um pregador não pode, em praça pública, afirmar que um gay está em pecado. Uma mulher pode reclamar pelo direito de matar fetos, mas ninguém pode mandá-las calarem suas bocas. Os brancos precisam arcar com os custos de uma escravatura secular, enquanto os negros não pagam nada pela escravatura empreendida por eles mesmos. O capitalista pode ser demonizado como avarento e explorador, enquanto líderes socialistas, ainda que usufruindo de vidas nababescas, obtidas por meio da exploração de povos inteiros, são tidos por heróis. Há dezenas de outros exemplos que poderiam ser citados, mas esses bastam para mostrar que se o politicamente correto impõe o "cale-se" a quase todos, ficam de fora exatamente aqueles que livremente podem criticar os calados. E se um dia esses calados desaparecessem, a utopia seria alcançada: um mundo onde ninguém critica ninguém, onde nada é discutido, onde nada é melhorado. Como na música do John Lennon, uma mundo sem religião onde todos vivem como um só. Um lugar eternamente inerte. Na verdade, uma exata descrição do Inferno.

domingo, 21 de abril de 2013

Presidente Figueiredo, o militar da ditadura que acabou com o regime de repressão e abriu as portas à democracia

Pesquisa feita por Dermeval Reis Junior
Estudioso Filosofia /Teologia 
Pesquisador em Medicina

 
“...por um regime político em que a liberdade de todos se expresse e garanta nos direitos e nos deveres de cada um; pelo respeito à lei, como expressão da realidade nacional,  e não como produto de alienações deformadoras...”
General João Baptista de Oliveira Figueiredo, Presidente da República Federativa do Brasil (1979-1985), no discurso da anistia.


João Figueiredo, (General João Baptista de Oliveira Figueiredo), militar, nascido na cidade do Rio de Janeiro, em 15 de janeiro de 1918. Estudou no Colégio Militar de Porto Alegre, na Escola Militar de Realengo (1935-1937), quando recebeu o espadim de Getúlio Vargas por ter sido o primeiro aluno. Integrou os Dragões da Independência, sediado em Brasília-DF. Esteve no III Exército, sediado em Porto Alegre-RS. Foi instrutor de cavalaria na Escola Militar de Realengo (1944). Fez curso na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais - EsAO (1946). Instrutor da cadeira de fortificações da Escola Militar de Resende, mais tarde Academia Militar das Agulhas Negras - AMAN (1947-1948). Retornou a EsAO de 1949-1952, como instrutor de cavalaria. Ingressou na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército - ECEME em 1953, passando a instrutor no ano seguinte. Membro da missão militar brasileira de instrução junto ao Exército paraguaio (1955-1958). Cursou a Escola Superior de Guerra - ESG (1960). Trabalhou no Conselho de Segurança Nacional (1961). Instrutor da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército - ECEME (1961-1964). Durante o governo Jânio Quadros integrou a Secretaria Geral do Conselho de Segurança Nacional. Participou do movimento político-militar que originou o golpe de 1964, tendo sido nomeado chefe da agência do Serviço Nacional de Informações (SNI) no Rio de Janeiro (1964-1966). Foi comandante da Força Pública de São Paulo (1966-1967), do 1º Regimento de Cavalaria de Guardas - Dragões da Independência (1967-1969) e chefe do estado-maior do III Exército (1969). Chefe do Gabinete Militar do governo Médici (1969-1974), tornou-se ministro-chefe do SNI durante o governo Geisel (1974-1979), sendo promovido a general-de-exército em 1977. Através de eleição indireta, passou a exercer o cargo de presidente da República em 15 de março de 1979. Faleceu no Rio de Janeiro, em 24 de dezembro de 1999.

Período presidencial
O general Figueiredo assumiu a presidência da República reafirmando o projeto de abertura política iniciado no governo anterior. Em agosto de 1979 foi aprovada a Lei de Anistia que, apesar das restrições, beneficiou cidadãos destituídos de seus empregos, presos políticos, parlamentares cassados desde 1964, permitindo a volta de exilados ao país. Foram também anistiados os responsáveis pelos excessos cometidos em nome do governo e da segurança nacional. Em novembro, foi aprovada pelo Congresso Nacional a nova Lei Orgânica dos Partidos que extinguia o bipartidarismo. Com o fim da Arena e do MDB, formaram-se o Partido Democrático Social (PDS), que congregava a maior parte dos ex-arenistas; o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), constituído sobretudo pelos antigos emedebistas; o Partido Popular (PP), fundado pelo senador emedebista Tancredo Neves e dissidentes da antiga Arena; o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), liderado pela ex-deputada Ivete Vargas; o Partido Democrático Trabalhista (PDT), liderado pelo ex-governador gaúcho Leonel Brizola e o Partido dos Trabalhadores (PT), fundado pelo líder sindical Luís Inácio Lula da Silva. Ainda em novembro, foi aprovado o projeto do governo que previa eleições diretas de governadores e extinguia a figura do senador eleito indiretamente.

Em 1980, verificaram-se reações ao processo de abertura do regime, quando grupos de direita foram responsabilizados por atentados a bomba em bancas de jornais que vendiam periódicos de esquerda. Em agosto desse ano, cartas-bombas foram enviadas à Câmara Municipal do Rio de Janeiro e ao presidente da OAB, resultando na mutilação do funcionário José Ribamar, da Câmara, e na morte da secretária Lida Monteiro da Silva, da OAB. Em 1981, ocorreria o caso mais polêmico do governo Figueiredo, quando duas bombas explodiram nas proximidades do Riocentro, no Rio de Janeiro, durante a realização de um show comemorativo do Dia do Trabalho. As únicas vítimas do atentado foram dois militares lotados no CODI do I Exército. O episódio teve ampla repercussão pública e o resultado do inquérito, inocentando os dois militares, seria colocado sob suspeição, e acarretaria uma grave crise no governo.

No que diz respeito à política econômica, registrou-se, durante o governo Figueiredo, o esgotamento do modelo econômico adotado pelos governos militares, agravado pela nova crise do petróleo em 1979 e a elevação dos juros no mercado internacional. Em 1979, o governo congelou as importações de petróleo e criou o Conselho Nacional de Energia. Intensificaram-se, nesse período, as atividades do Proálcool e estenderam-se os contratos de risco com empresas estrangeiras para a prospecção de petróleo a todo o território nacional. Em 1981, o aumento da dívida externa, que girava em torno de 61 bilhões de dólares, associado ao crescimento negativo do PIB e aos altos índices inflacionários geraram o fenômeno denominado pelos economistas como estagflação, ou seja, estagnação das atividades econômicas e produtivas aliada à inflação dos preços.

Em 1982 foi criado o Finsocial, que destinava 0,5% da renda bruta de empresas públicas e privadas a programas considerados pelo governo como prioritários, atribuindo o gerenciamento desses recursos ao BNDE, que passaria a chamar-se Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Paralelamente ao quadro de crise econômica, observou-se, desde 1978, a eclosão de movimentos grevistas de diversas categorias profissionais, destacando-se, em 1980, a paralisação dos metalúrgicos do ABC paulista, mantida por 41 dias, e que resultou em demissões, choques com as tropas da polícia e do Exército, intervenção em sindicatos, e na prisão e enquadramento de líderes sindicais na Lei de Segurança Nacional (LSN).

Em 1981 reuniu-se a primeira Conferência Nacional das Classes Trabalhadoras (Conclat) e dois anos depois foi criada a Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Em relação à política externa, o governo Figueiredo manteve a orientação pragmática adotada por seu antecessor, privilegiando o estabelecimento de relações comerciais com países que propiciassem vantagens ao desenvolvimento nacional. Destacou-se, no período, a reaproximação com a Argentina, e a criação, em 1980, de uma comissão bilateral para analisar futuras ações de interesse para os dois países.

Em novembro de 1982 realizaram-se eleições diretas para o Congresso e os governos estaduais. A oposição obteve maioria na Câmara dos Deputados e o PDS, no Senado e nos governos estaduais.

Em 1983 formou-se uma frente única que reuniu partidos e entidades de oposição numa campanha que tomou o país, reivindicando eleições diretas para a presidência da República, era a campanha das "Diretas já". A emenda constitucional das diretas, de autoria do deputado peemedebista Dante de Oliveira, foi derrotada na Câmara em abril de 1984. Em janeiro de 1985, Tancredo Neves e José Sarney foram eleitos indiretamente pelo Colégio Eleitoral, respectivamente, presidente e vice-presidente da República, derrotando os candidatos governistas Paulo Maluf e Flávio Marcílio.09:55 9/8/2009.

(Fonte deste arquivo, direto do site: http://www.biblioteca.presidencia.gov.br/ex-presidentes/jb-figueiredo/biografia-periodo-presidencial: Arquivo Nacional - Centro de Informação de Acervos dos Presidentes da República).

 FOI POR MEIO DESTE PRESIDENTE MILITAR, EM PLENA DITADURA, QUE INSTAUROU -SE OS PROCESSOS DEMOCRÁTICOS, OS QUAIS ELE MESMO ERA FAVORÁVEL E POR MEIO DELE, OS EXILADOS COMUNISTAS TIVERAM O HONESTÍSSIMO PRIVILÉGIO DE VOLTAREM PARA SEU PAÍS. UM MILITAR DA DITADURA, COLOCOU FIM AO REGIME DITADOR E REPRESSOR. ISTO É INÉDITO E LOUVÁVEL!!!