sexta-feira, 15 de março de 2013

REFLEXÃO DA HISTÓRIA DO PAPADO CATÓLICO

 "Não sabeis como a leitura da Escritura atrapalha a religião católica?"
(Papa Paulo VI, 1605)

Considerando que Deus deixou a Sua Palavra (Bíblia Sagrada - livre dos apócrifos, que foram inseridos na bíblia católica por Paulo III); considerando que cristãos que seguem a Cristo (uns segundo os dogmas católicos, outros segundo a Bíblia, outros não seguem nada, mas apenas se dizem cristãos) seja no catolicismo ou no cristianismo protestante, há de saber que, para Deus, o que vale é o que está dentro da essência da Palavra. Nada aquém, nada além. Para isto, não é necessário ter uma interpretação pessoal, afinal a Teologia é quem nos conduz aos significados contextuais bíblicos, com segurança. Assim, vamos fazer uma pequena análise sobre o papa e algumas afirmações católicas sobre papa e o papado. O substantivo Papa [do lat. papa (papas) ou pappa (pappas), ae, do gr páppas], uma palavra carinhosa para pai) é o Bispo de Roma, e como tal, é o líder mundial da Igreja Católica. O atual pontífice é o Papa Francisco I, eleito no conclave que terminou em 13 de março de 2013. O Papa é eleito por um Colegiado de Cardeais com posto vitalício. O ministério eclesiástico é denominado Papado e sua sede de "Santa Sé". Como líder de uma nação, o papa também é o Chefe de Estado da Cidade do Vaticano, uma cidade-estado soberana enclavada por Roma. O catolicismo romano acredita e prega que Jesus Cristo designou Pedro como "pastor" e "rocha" da Igreja, chefiando-a, e os Papas, como seus sucessores, possuem autoridade para "governar" a Igreja e "a fé" católica, e infalibilidade para ensinar e definir os pontos centrais da doutrina cristã. O papado é uma das instituições mais duradouras do mundo, e teve uma participação proeminente na história da humanidade. Os papas na Antiguidade auxiliaram na propagação do cristianismo e a resolver diversas disputas doutrinárias. Na Idade Média eles desempenharam um papel secular importante na Europa Ocidental, muitas vezes, servindo de árbitros entre os monarcas e evitando diversas guerras na Europa. Atualmente, para além da expansão e doutrina da fé cristã, os Papas se dedicam ao ecumenismo, e diálogo inter-religioso, a trabalhos de caridade e à defesa dos direitos humanos. É inegável a influência político religiosa do papa entre nações. Tanto que este cargo surgiu num 'vácuo' do poder pós Constantino, na Idade Média, passando a ter domínio em grande parte desta éra, sendo abalado então somente com a reforma protestante de Lutero, cujo papa era Leão X, que disse uma frase forte: "Agora que Deus nos deu o papado, vamos desfrutá-lo", ao autorizar a venda de indulgências na Alemanha para concluir as obras da Catedral de São Pedro. O primeiro papa de que se tem registro, parece ter sido Gregório, o Grande, bispo da igreja de Roma no século VI. Entretanto, o Concílio de Nicéia, em 325, passou a reconhecer 3 bispados, como proeminentes: Roma, Alexandria e Antioquia, estes dois últimos, com os mesmos privilégios de Roma. Portanto, já é de se supor que Pedro NÃO foi o primeiro papa, como afirma-se pela dogmacia católica. Isto é possível de se afirmar diante de uma análise bíblica. A Bíblia não reconhece o papado como um cargo divino e cristão e ordenado por Cristo. Martinho Lutero, no Século XVI repensou a doutrina igreja, restruturando-a conforme uma lógica de cunho divino descrita segundo a Bíblia. Os concilios e bispos eram para comandar a igreja e Reis e Governantes, comandam o estado. A Tradição Católica Romana, na afirmação de que Pedro foi o 1º papa, por aproximadamente 25 anos, asseguram doutrinariamente que o súmo pontífice é o representante de Jesus Cristo, Sumo Sacerdote, na terra. Afirmam também que o papa é "a ponte" - ligação entre o homem e Deus, anulando o ministério e morte vicária de Cristo - entre nós e Deus e o vigário (substituto) de Jesus pelo Espírito Santo, assegurando com isto, o argumento de que o papa é chefe visível da igreja, enquanto Cristo é o chefe invisível. Adjacente a isto, some-se a infalibilidade do papa. Interessante, que todas estas figuras papais criam e excluem regras e importantes razões para diversas mitologias anti-bíblicas, como, por exemplo, a fixação de uma data para a Páscoa, pelo bispo Vitor, em 189-198. E, a grande e mais usada "sentença-chavão" de todas, para justificar que Pedro foi pedra, está em Mt. 16.18. Estêvão, bispo, usou esta mensagem para vencer uma disputa com Cipriano de Cártago, para recuperar a superioridade do bispo romano sobre todos os demais. Chegou-se ao absurdo dos absurdos, quando Gelásio I (492-496) defendeu o poder espiritual, representado pelo papa, tinha 'supremacia' sobre o poder secular. Leão V foi um papa assassinado por outro papa, seu sucessor, Sérgio III. Todas estas afirmações são contrárias às Sagradas Escrituras (IPe. 5.4; Jo. 14.6; ITm.2.5; ICo.3.11; Jo.14.16-18; Mt.24.23,24; Ef. 1.20.22; Rm.3.4; Mt.23.9-11; Mt.21.42; At.4.11; 12.1; IPe2.4-6). Segundo pesquisadores, a profecia de São Malaquias, bispo de Armagh no Século XII, de que  a Cátedra de Pedro seria presidida pelo Cardeal Simoncelli de Orvieto, segundo o dístico  "De antiquitate urbis". A evidência desta falsa profecia - que era 'indicada pelo Espírito Santo' - se consolidou com a eleição de papa do Cardeal Sfondrate, se tornou sem efeito e sem crédito. Cabe a cada um, segundo o que crê, aceitar ou não as condições propostas nesta reflexão. O que se pode afirmar com certeza é que o Papa não é um 'cargo' bíblico instituído por Deus, Jesus Cristo e nenhum outro dos Apóstolos até Paulo, que foi o último dos apóstolos de Cristo. Assim, hoje, os católicos se tornaram fanáticos mais pela igreja e figuras como a de um papa, do que pela razão mais essencial, que é Cristo e a salvação, que se dá mediante o conhecimento da Palavra, ainda conflitam com os protestantes, que são fincados na Palavra que condena as práticas anti-bíblicas, as quais, além de muitas linhas hereges no meio evangélico, dentro do cristianismo em geral, os católicos se inserem em muitos pontos. O atual papa, Francisco, eleito recentemente em 13-03-2013 no conclave, tem algumas particularidades: uma delas é o 'não cumprimento' de alguns rituais cotidianos, como roupas, sapatos e mais 13 pontos citados no jornal The Guardian de 13-03-13: Ele gosta de viajar de ônibus; vive há mais de 50 anos com um pulmão em funcionamento devido, quando jovem, ter removido o outro por conta de infecção; é filho de um trabalhador ferroviário italiano e de uma dona de casa; estudou e estagiou como um químico; é o primeiro papa não europeu da era moderna; afirma que a adoção por homossexuais é uma forma de discriminação contra as crianças, mas acredita que o preservativo "pode ​​ser permitido" para prevenir doenças; 2001, ele lavou e beijou os pés de pacientes com AIDS em um hospício; fala italiano fluente, assim como espanhol e alemão; Até agora, ele vive em um pequeno apartamento, evitando a residência de um bispo formal; disse aos argentinos que não viajem à Roma para celebrar sua posse, mas para dar o seu dinheiro aos pobres; é acreditado para ter sido o runner up-in (vice papa, ou ter ficado em segundo lugar) no último conclave papal em 2005, quando foi eleito Joseph Ratzinger, o agora Papa Emérito Bento XVI; Ele co-escreveu um livro, em espanhol, chamado "Sobre el Cielo y la Tierra" (No Céu e da Terra); Apesar de conservador em doutrina da igreja, ele criticou sacerdotes que se recusam a batizar bebês nascidos de mães solteiras        

Referências:
Teologia Sistemática - A Doutrina da Igreja;
Paulo Romeiro - O Papado - 15-03-2013 - Encontro Apologético
The Guardian - acessado em 16-03-2013 - http://www.guardian.co.uk/world/2013/mar/13/new-pope-thirteen-key-facts  


Dr. Dermeval Reis Junior
Estudioso em Teologia/Filosofia
e-mail: drj.fcr.epm@hotmail.com
twitter: @juniordermeval